Dedico esse blog:
A Deus, porque dele decorre tudo o que sou e tenho;
Aos meus pais, sem os quais não teria sede por conhecimento e toda essa alegria que faz parte do meu ser;
À minhas (frustradas) paixões, sem as quais minhas poesias não seriam tão boas;
Aos meus amigos, que suportam meu caráter psicótico, semi-lunático e também endoidecem comigo!
E a você, por ter paciência para ler meus textos e essa dedicatória!
Obrigado.

Não estou mais de férias, então é provável que eu poste apenas três vezes no mês.

Perdão a todos, mas eu tenho que estudar! hehehe

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Adeus, trema!

Ele se virou, olhou meio triste e foi embora. Uma relação de tantos anos não devia acabar daquele jeito. Foi algo que fiz, pensou. Mas o quê terá sido? Traição assim tem que ter um motivo.
O namoro começara há muitos anos. Quando o português avistou aqueles dois pontinhos flutuando no céu se apaixonou à primeira vista. E depois que se uniram, completaram-se e cada um não existia sem o outro. Faziam promessas de nunca se separarem, um verdadeiro casal em início de namoro.
- Fala de novo!
- Quê, meu bem?
- Aquilo … você sabe.
- De novo?
- É.
- Ok. Eu nunca vou te abandonar, nem te esquecer porque você me faz sentir completo.
- Ah! Que lindo!
Passavam-se os anos e cada vez mais o trema se mostrava útil em casa. Tiveram muitos filhos: um mais exato (cinqüenta), um persistente (agüenta), um que só fazia macaquice (sagüi). Enfim, foram vários os filhos dessa união.

 ***
Tudo estava indo muito bem até que o trema percebeu o português chegando tarde em casa, dizendo que tinha sido muito requisitado no trabalho e que quase tinha sido assassinado várias vezes:
- Hoje alguém disse “Pra mim passar …” – disse indignado. E saí de perto pra não sofrer um ataque cardíaco.
- Você está trabalhando muito, né? Todo dia chega tarde!
- Meu bem …
- Não vem com essa! Quem é?
- Quem é o quê, meu amor?
- Eu sei que há outro na história
- Não existe ninguém além de você, fique tranq…
- Não ouse usar o nome da minha mãe na conversa!
- Não foi por querer…
Dias depois, o trema descobriu que a língua portuguesa o havia traído com outros semelhantes a ela. “Aqueles outros” – como se referia aos porutgueses-angolanos, de Macau e dos outros que entraram na história e ele nem ficou sabendo.
Hoje o trema já morreu. E seus filhos estão em “processo de extinção”, sendo ainda vistos, mas já cientes de seu prazo. Fósseis ambulantes.
Escrevo sua história para que, no futuro, não nos esqueçamos do seu valor e da sua contribuição. Ao menos eu sentirei saudades.

Fonte da imagem: http://portalmultirio.rio.rj.gov.br/acordoortografico/imagens/trema.jpg

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