Dedico esse blog:
A Deus, porque dele decorre tudo o que sou e tenho;
Aos meus pais, sem os quais não teria sede por conhecimento e toda essa alegria que faz parte do meu ser;
À minhas (frustradas) paixões, sem as quais minhas poesias não seriam tão boas;
Aos meus amigos, que suportam meu caráter psicótico, semi-lunático e também endoidecem comigo!
E a você, por ter paciência para ler meus textos e essa dedicatória!
Obrigado.

Não estou mais de férias, então é provável que eu poste apenas três vezes no mês.

Perdão a todos, mas eu tenho que estudar! hehehe

domingo, 27 de março de 2011

Soneto do amor sincero


Amo-te com tal intensidade
Que mais me vale dizer que demonstrar
Amo-te na felicidade
De somente te amar.

Amo-te com tanta beleza
Que não se igualam as mais belas flores
Ao poder de meus infinitos amores
Raros, preciosas pedras de pureza.

Amo-te e amar-te-ei até depois da morte
E contigo irão meus pensamentos
E, talvez, se, um dia, tiver sorte.

Contigo viverei bons momentos
E crescerão imensamente em porte
Todos os meus verdadeiros sentimentos.

terça-feira, 22 de março de 2011

II Semana Musical - Geni e o Zepelin

Geni e o Zepelin - Chico Buarque


De tudo que é nego torto
Do mangue e do cais do porto
Ela já foi namorada.
O seu corpo é dos errantes,
Dos cegos, dos retirantes;
É de quem não tem mais nada.
Dá-se assim desde menina
Na garagem, na cantina,
Atrás do tanque, no mato.
É a rainha dos detentos,
Das loucas, dos lazarentos,
Dos moleques do internato.
E também vai amiúde
Co'os os velhinhos sem saúde
E as viúvas sem porvir.
Ela é um poço de bondade
E é por isso que a cidade
Vive sempre a repetir:
"Joga pedra na Geni!
Joga pedra na Geni!
Ela é feita pra apanhar!
Ela é boa de cuspir!
Ela dá pra qualquer um!
Maldita Geni!"
Um dia surgiu, brilhante
Entre as nuvens, flutuante,
Um enorme zepelim.
Pairou sobre os edifícios,
Abriu dois mil orifícios
Com dois mil canhões assim.
A cidade apavorada
Se quedou paralisada
Pronta pra virar geléia,
Mas do zepelim gigante
Desceu o seu comandante
Dizendo: "Mudei de idéia!
Quando vi nesta cidade
Tanto horror e iniqüidade,
Resolvi tudo explodir,
Mas posso evitar o drama
Se aquela formosa dama
Esta noite me servir".
Essa dama era Geni!
Mas não pode ser Geni!
Ela é feita pra apanhar;
Ela é boa de cuspir;
Ela dá pra qualquer um;
Maldita Geni!
Mas de fato, logo ela,
Tão coitada e tão singela
Cativara o forasteiro.
O guerreiro tão vistoso,
Tão temido e poderoso
Era dela, prisioneiro.
Acontece que a donzela
(E isso era segredo dela),
Também tinha seus caprichos
E ao deitar com homem tão nobre,
Tão cheirando a brilho e a cobre,
Preferia amar com os bichos.
Ao ouvir tal heresia
A cidade em romaria
Foi beijar a sua mão:
O prefeito de joelhos,
O bispo de olhos vermelhos
E o banqueiro com um milhão.
Vai com ele, vai Geni!
Vai com ele, vai Geni!
Você pode nos salvar!
Você vai nos redimir!
Você dá pra qualquer um!
Bendita Geni!
Foram tantos os pedidos,
Tão sinceros, tão sentidos,
Que ela dominou seu asco.
Nessa noite lancinante
Entregou-se a tal amante
Como quem dá-se ao carrasco.
Ele fez tanta sujeira,
Lambuzou-se a noite inteira
Até ficar saciado
E nem bem amanhecia
Partiu numa nuvem fria
Com seu zepelim prateado.
Num suspiro aliviado
Ela se virou de lado
E tentou até sorrir,
Mas logo raiou o dia
E a cidade em cantoria
Não deixou ela dormir:
"Joga pedra na Geni!
Joga bosta na Geni!
Ela é feita pra apanhar!
Ela é boa de cuspir!
Ela dá pra qualquer um!
Maldita Geni!

segunda-feira, 21 de março de 2011

II Semana Musical -

Paisagem da Janela - Lô Borges

Da janela lateral do quarto de dormir
Vejo uma igreja, um sinal de glória
Vejo um muro branco e um vôo pássaro
Vejo uma grade, um velho sinal
Mensageiro natural de coisas naturais
Quando eu falava dessas cores mórbidas
Quando eu falava desses homens sórdidos
Quando eu falava desse temporal
Você não escutou
Você não quer acreditar
Mas isso é tão normal
Você não quer acreditar
E eu apenas era
Cavaleiro marginal lavado em ribeirão
Cavaleiro negro que viveu mistérios
Cavaleiro e senhor de casa e árvores
Sem querer descanso nem dominical
Cavaleiro marginal banhado em ribeirão
Conheci as torres e os cemitérios
Conheci os homens e os seus velórios
Quando olhava da janela lateral
Do quarto de dormir
Você não quer acreditar
Mas isso tão normal
Você não quer acreditar
Mas isso tão normal
Um cavaleiro marginal
Banhado em ribeirão
Você não quer acreditar

terça-feira, 15 de março de 2011

Canção à flor da minha vida


Sim, já fui apaixonado! Hoje,  só sou poeta mesmo!


Brilho em minha vida
Fulgor em meu coração
Paixão
Amor
Flor
Canção.

Lembrança mais querida
Dos tempos de solidão
Não quero essa saída
Meu peito não bate em vão.

Preciosa tarde florida
Na qual canto a ti esta canção
Que não seja ela perdida
Mas ouvida com atenção.

Amo-te, digo-lhe ainda,
Amo-te em imensidão
Amo-te flor preferida
Dos jardins do meu coração.

sábado, 12 de março de 2011

Amor e Paixão


Encontrei jogado em minhas coisas, hehe. 


Paixão, quando vem, vem forte
Até para o mais sem sorte perdedor
Já coisa outra é o amor
E esse dura até a morte.

Paixões vêm, paixões vão
O amor, quando vem, fica
Não se estressa nem se irrita
Apto está para o perdão.

Paixão, sentimento frágil
Que o mais fraco movimento
Causa a ti tormento
Em um copo de afeição.

Já o amor, que tudo cura,
Tudo suporta e tudo crê
Ah! Esse amor dura
E é bem fácil (isso) perceber.

O amor é ajuda
Que nos clareia a alma
Que, na aflição, nos acalma
E, na alegria, nos saúda.

Minha escolha já foi feita
Resolvi morrer amado
E a alegria me espreita
Para tornar perfeita
A vida que sempre quis:
Minha amada ao lado
Meu corpo ao dela grudado
Posso assim morrer feliz.

quinta-feira, 10 de março de 2011

Andanças de João Retinto VI

João continuava com seu emprego de eletricista e, nas horas vagas, fazia arte no seu barraco. João foi ficando bom, tanto com a energia quanto com o cimento: fazia pequenas casas, alguns bonecos engraçados e já conseguia fazer uma réplica perfeita da sua mão.

Já era natal, e João foi chamado para instalar lâmpadas na fachada do prédio da Caixa, um trabalho importante, que seria visto por todos. A ideia era instalar uma lâmpada em cada quina das janelas do edifício, para deixá-lo iluminado.

Como João já estava ficando bom com o cimento, resolveu experimentar outros materiais. Em seu primeiro contato com a argila, ele fez uma miniatura do prédio da Caixa. João Retinto continuava a ir à Feira da Torre para tentar vender suas obras. Dessa vez, as pessoas paravam e ficavam um tempo olhando, faziam perguntas e se mostravam interessadas, mas ninguém comprava!

Num dia muito chuvoso em Brasília, começou a relampejar e a cairem raios. João foi se esconder no seu barraco. Depois de um tempo, lembrou que a miniatura do prédio da Caixa estava do lado de fora, e, se continuasse lá, iria virar lama.

Repentinamente, um raio atingiu um poste próximo a João, jogando os cabos elétricos justamente em cima da escultura. A princípio, João ficou muito irritado, pois iria perder sua obra e nada podia fazer. Depois de um tempo observando a corrente e forma com que os cabos caíram por sobre a miniatura, João teve uma ideia.

João se reuniu com os responsáveis pelo projeto de iluminação do prédio da Caixa e contou-lhes sua ideia.
- Ah, João, não sei se vai dar certo. Essa iluminação é a mesma há 10 anos.
- Deixa eu tentar, Seu Rodrigo. Consigo fazer tudo de hoje pra amanhã. Se não gostarem, ainda dá tempo suficiente para voltar ao projeto orinigal.

A ideia de João de iluminar o prédio como se fosse uma grande árvore de natal foi um sucesso! Tanto é que, até hoje, a iluminação é a mesma!

quarta-feira, 9 de março de 2011

Dia das mulheres

Perdão pelo atraso, estava curtindo meu carnaval! hehe


Acordamos nesse dia
Com algo estranho no peito
Não é, de forma alguma, um defeito
E sim a expressão da alegria.

Mulheres – belas na sua essência
Fazem com calma irredutível
Aquilo que parece impossível
À nossa frágil paciência.

São do dia a alvorada
Dos teus pés nascentes jorram
De tuas mãos flores afloram
E adornam nossa estrada.

Sois perfeitas em grandeza
Entre outras qualidades
Deixo aqui minhas verdades
Às donas da delicadeza
E digo com muita franqueza
Que nem a bela natureza
Tem tamanha vivacidade.

sexta-feira, 4 de março de 2011

Andanças de João Retinto V

João tinha levado uma baita pancada na cabeça e, pelo que descobrira mais tarde, ficado desmaiado por dois dias! Um pouco melhor, lembrando-se do seu nome e do motivo de ter vindo à Brasília, ele pergunta:
- Onde eu posso vender arte por aqui?
- Arte? - Geraldo respondeu - Tem a feirinha da Torre, mas não é muito valorizada. Viver de arte aqui é muito complicado: meu irmão, Hidalgo, aquele ali, faz poemas como ninguém. Ele chama da haikai, mas eu não faço a menor ideia do que seja. Pra mim, é poema mesmo! Ele vendia muito e conseguiu juntar uma boa grana, mas largou tudo pela poesia. Depois de um tempo, não quiseram mais saber dos seus haikais e perdemos tudo!

Um pouco decepcionado com a falsa imagem que tinha da cidade, João Retinto resolveu testar a sorte e vender na feirinha da Torre de TV. Havia muitos artistas também, e muitos deles tinham uma barraca pra vender suas coisas. João não quis saber: pegou uma caixa de papelão, montou uma mesinha, pôs duas obras brasilienses (feitas já em Brasília) e esperou...

Depois de uma semana tentando vender aquelas duas "carrancas" (se você visse, também chamaria assim), João desistiu e resolveu procurar emprego como ajudante de pedreiro novamente. Não era o que ele gostava, mas também sabia fazer.

O único emprego que lhe ofereceram foi de eletricista, mas pra isso, era necessário um conhecimento prévio, algo como um curso técnico. João estufou o peito, pensou, pensou e decidiu: vou nessa!

No começo, ele tomou alguns choques (não sei se é por isso que hoje ele não bate muito bem das ideias), mas logo, logo, foi aprendendo. Depois de dois meses, já sabia consertar quase todo tipo de brinquedo 12V!

Certa vez, João, teve que consertar uma geladeira. Infelizmente, ele a esqueceu ligada: choque! João perdeu o movimento do dedinho da mão esquerda, de tanto choque que levou!

Ele estava contente, feliz. Continuava a morar na rodoviária, mas já tinha uma barraquinha... e o que comer... todos os dias!

Uma coisa ainda perturbava João Retinto: não ter conseguido vender suas esculturas. Foi então que ele economizou um pouco mais e comprou um saco de cimento, ficando conhecido na rodoviária como o "doidinho cimenteiro"

quinta-feira, 3 de março de 2011

Como é amar...


Sentir o peito apertar forte
Sentir falar ao ouvido o vento
Sentir-se somente sentimento
Guiado pelo amor, sem sul, sem norte.

Ver-se, na amada, puro
Feliz, encantado, contente
Amado, compreendido, sorridente
Encontrar-se em um porto seguro.

Fazer versos, recitá-los
Entregá-los à amada
Perder-se em seus cabelos.

Superfície ondulada
Amor e paixão tê-los
Restar em si mais nada.

terça-feira, 1 de março de 2011

Todo Azul do Mar - Flávio Venturini e Ronaldo Bastos

É uma música com uma letra incrível! Muito bonita!


Foi assim, como ver o mar
A primeira vez que meus olhos se viram no seu olhar
Não tive a intenção de me apaixonar
Mera distração e já era momento de se gostar
Quando eu dei por mim nem tentei fugir
Do visgo que me prendeu dentro do seu olhar
Quando eu mergulhei no azul do mar
Sabia que era amor e vinha pra ficar

Daria pra pintar todo azul do céu
Dava pra encher o universo da vida que eu quis pra mim
Tudo que eu fiz foi me confessar
Escravo do seu amor, livre pra amar
Quando eu mergulhei fundo nesse olhar
Fui dono do mar azul, de todo azul do mar

Foi assim, como ver o mar
Foi a primeira vez que eu vi o mar
Onda azul, todo azul do mar
Daria pra beber todo azul do mar
Foi quando mergulhei no azul do mar